sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Farpado Cerco





A palavra está tão achincalhada!
Vale mais nada!
Foi brutalmente ridicularizada,
Pelo seu uso indevido.
Perdeu o impacto do cósmico sentido!
Está banalizada!

Talvez, seja esse, um dos nossos milhares,
Entre tantos falsos altares...
Um dos piores erros!
...Como gostamos de errar!
E de não pensar!...
Farpado cerco!
Não percebemos os crimes que cometemos,
Os castelos que desfazemos,
Através da indevida utilização do ato de falar.
Insensibilidade a deflorar!

Se tivéssemos a dimensão da mágoa espalhada...
Florestas derrubadas...
Devastação!
Aridez,
Estupidez!
Escuridão...
Negligencia...
Absoluta ausência de inteligência!
Plantação de espinhos,
Destruição do ninho!

Estamos com o dedo no gatilho de uma poderosa arma,
Que, sozinha, não se desarma!
A nossa sorte é desconhecermos o seu verdadeiro poder.
Atiramos a esmo, causando estragos até relevantes,
Mas, poderia ser bem pior se soubéssemos o seu real dizer,
As suas características mais instigantes.


Através dela,
Dessa encantada janela,
Afaga-se,
Acata-se!
Ampara-se!
Abraça-se!
Conduz-se!
Reluz-se!
Chega-se!
Aconchega-se!
Recolhe-se...
Acolhe-se!
Instiga-se,
Acaricia-se...

Uma palavra estende a palma,
Traz calma!
Salva!
Liberta a alma!
Viabiliza a existência!
Pode fazer aflorar a descendência!

A palavra tem o poder da criação.
Está em toda a formação!
Em cada manifestação,
Em toda movimentação.
Portadora de todos os mistérios,
Senhora de todos os impérios!
De todos os critérios.
... A mineralidade dos minérios!
Os braços da divindade...
Encantamento da eternidade!





Música linda
Clássico da  mpb:
Amor Perfeito
Clara Nunes


http://www.youtube.com/watch?v=KBqFo-Wg9fc

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